Em 1990 o Projecto dos Grupos Comunitários sedeado no Centro de Educação Integrada Bela Vista iniciou o levantamento e intervenção nos agregados familiares residentes em bairros degradados, propriedade das indústrias cerâmicas, instaladas na zona sul de Águeda.

Deste trabalho surgiram as primeiras tentativas organizadas de apoio sócio-educativo às crianças das famílias de Barrô e Recardães.

Em 1993/94 o projecto Grupos Comunitários e a Paróquia de Barrô desenvolveram uma primeira acção de intervenção comunitária, dirigida às famílias dos bairros cerâmicos do Vale do Mouro e Primor. Foram realizadas actividades de promoção social destas famílias através do incentivo à melhoria das condições de higiene nos próprios bairros e de encontros periódicos nas instalações do Centro Paroquial de Barrô, para os quais o mesmo adaptou as suas instalações sanitárias, de modo a servir para a realização dos cuidados de higiene das famílias.

Em Março de 1995, decorrente do trabalho de caracterização social feito por uma equipa de enfermeiros estagiários sobre as crianças dos bairros fabris e clandestinos, realizou-se uma reunião inter-institucional. O objectivo da mesma foi o de encontrar soluções para estas crianças ainda a descoberto de qualquer tipo de apoio sócio-educativo extra-escolar, que ficavam sós, na rua, ou fechadas em casa durante o horário laboral dos pais.

A partir desta reunião constituiu-se um grupo de trabalho, em parceria com diversos serviços e Instituições locais e concelhios. Neste grupo assumiram a liderança do projecto, o Pároco das freguesias de Barrô e Recardães e o Projecto de Luta contra a Pobreza "Águeda Solidária".

Em Maio de 1995 foi possível abrir um espaço sócio-educativo para 30 crianças dos 3 aos 12 anos, com serviço de transporte e refeições, oriundas de famílias em situação de exclusão social das freguesias de Barrô e Recardães, que funcionou nas instalações do Centro Paroquial de Barrô

Em Junho de 1995 o Pároco das freguesias de Barrô e Recardães propôs a criação de uma nova IPSS - Centro Social e Paroquial de Recardães (CSPR) - cuja nova estrutura de suporte social, desse resposta a esta situação e outras necessidades sentidas pelas comunidades de Recardães, Barrô e Espinhel.

Em Setembro de 1995 o grupo de crianças foi alargado a 60 utentes, sendo as refeições já confeccionadas pelos funcionários do próprio Centro em instalações cedidas por um particular de Recardães.

Em Outubro de 1995 o CSPR adquire a sua primeira viatura (uma carrinha de nove lugares) financiada pelo Projecto "Águeda Solidária".

Em Novembro de 1995 teve início a construção das instalações do CSPR, na Quinta do Passal, propriedade da paróquia de Recardães. Este novo edifício foi financiado pelo Projecto "Águeda Solidária" e pela comunidade local.

Com o objectivo de viabilizar o projecto global das actividades previstas para o CSPR a Direcção do mesmo e o Projecto "Águeda Solidária" recorreram aos programas de financiamento para actividades sociais disponíveis no país.

Em Março de 1996 foi elaborada uma candidatura ao abrigo DL nº 173/95 à DREC para financiamento de uma sala de Jardim de Infância.

Em Julho de 1996 foi elaborada uma candidatura, via IEFP - Centro de Emprego de Águeda, ao abrigo do DL nº 34/95 ao Programa I.D.L (Iniciativas de Desenvolvimento Local) para financiamento do equipamento das instalações do CSPR.

Em Setembro de 1996 foi elaborada, em parceria com o CRSS de Aveiro, uma candidatura à Medida 5 do Sub-Programa Integrar, para a construção de um Centro Comunitário.

Em Outubro de 1996 foi concluído o rés-do-chão das novas instalações do CSPR. O grupo de crianças utentes do espaço sócio-educativo iniciou o seu funcionamento nas novas instalações, com alargamento das suas valências.

Aproximadamente 110 crianças dos 0 aos 14 anos frequentavam o Centro, do qual 60% eram oriundas de famílias em situação de privação socio-económica. Em resposta ao solicitado foram celebrados os primeiros acordos de cooperação com o CRSS de Aveiro para as valências de Creche/Jardim de Infância e ATL.

Em Dezembro de 1996 o CSPR obteve resposta favorável do CRSS de Aveiro ao pedido de financiamento para aquisição de uma segunda viatura.

Em Janeiro de 1997, duas irmãs da Congregação irmãs Passionistas iniciaram o seu trabalho de intervenção comunitária no CSPR com o objectivo de a médio prazo ser instalado na comunidade um Centro de Acolhimento Temporário.

Em Fevereiro de 1997 foi aprovada a candidatura para a construção do Centro Comunitário.

Em Março de 1997 foi concluído o primeiro piso nas instalações do CSPR.

Em Dezembro de 1998, é publicado o primeiro número do Magazine Mensal “Mensagem”, com a colaboração de várias pessoas da comunidade.

Em Junho de 2000 o Centro Comunitário de Recardães foi oficialmente inaugurado pelo então 1º Ministro Engº António Guterres. Nesta inauguração foi também lançado o Programa “Creches 2000”. De então para cá a instituição continuou a desenvolver a sua acção e abriu várias valências atípicas, nomeadamente o Apoio Domiciliário

Em 2007 foram negociados alargamentos de acordos de cooperação celebrados com a Segurança Social, nomeadamente nas valências de Apoio Domiciliário (actualmente com 45 utentes), Creche (48 crianças) e Centro de Acolhimento Temporário (alargado para 20 crianças e jovens). A Instituição candidatou ainda ao Programa Pares um Lar de Idosos com capacidade para 30 utentes, nas duas fases, sem aprovação.

Nos anos de 2008/2009 o CSPR aprovou uma candidatura no âmbito da tipologia 6.1. do POPH (Formação para a Inclusão) e ministrou um programa de formação para 15 mulheres carenciadas.

Em 2010, o CSPR candidata-se ao PARES I e PARES II para a construção de uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI); no entanto, só mais tarde, em 2014, a Instituição vê aprovada no âmbito da medida 6.12 do POPH uma estrutura com duas respostas sociais – ERPI e Lar Residencial para adultos portadores de deficiência com capacidade para, respectivamente, 36 e 24 utentes. O edifício está em pleno funcionamento desde Maio de 2015.

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